Reinaldo

“Preto safado”: Vereadores alegam ter sido vítimas de racismo e agressões por parte da Polícia Militar





Suspeito de ter desacatado o policial e resistido à abordagem, Vinícius se defendeu e negou ter ofendido o agente. Além disso, o parlamentar disse ter sido torturado e ameaçado pelo mesmo policial na Central de Flagrantes. “Quando chegamos na Central de Flagrantes fui colocado em uma das cadeiras na recepção. Pensando na minha imagem, pedi para um outro policial ser colocado para dentro. Daí ele respondeu: ‘você está preso, você vai ter tratamento de preso’. O tempo todo foi desse jeito. Ele não leu meus direitos e em nenhum momento me disse o porquê de eu estar sendo preso”, destaca.

Já o vereador Romário Policarpo, que também foi abordado pelo mesmo sargento suspeito de ter agredido o vice-presidente da Câmara, alega ter sido chamado de ‘negrinho dos olhos vermelhos’. Ofensas racistas também teriam sido proferidas contra o motorista Armindo Batista Pereira, que dirigia o Corolla da vice-presidência da Câmara.

“Eu pedi para o sargento que estava atrás de mim, que até agora eu não sei o nome, devolver o meu celular. Ele me deu um tapa na mão e tomou o celular. Nesse momento ele me chamou de preto safado, a mim e o Armindo. Eram dois sargentos, o sargento Jesus foi o que agrediu o Vinícius”, esclarece.

Ainda de acordo com Policarpo, um dos agentes envolvidos cometeu um crime ao pegar a arma do vereador, que é Guarda Municipal, de forma imprudente e irregular.

Em entrevista coletiva concedida na sexta-feira na Central de Flagrantes, o assessor de comunicação da PM, Tenente Coronel Marcelo Granja, garantiu que não há crise institucional. “Foi uma blitz no Cepal do Setor Sul. Representantes do legislativo foram abordados e segundo o policial que lá estava, eles foram conduzidos por apresentar resistência à abordagem. Não há crise institucional. Foi uma blitz, uma situação isolada. O caso foi trazido para cá e estão sendo tomadas as providências necessárias”, pontua.

Ainda de acordo com o Tenente Coronel Granja, caso os vereadores tenham se sentido ofendidos pelos policiais, devem se dirigir à Corregedoria da PM. Granja também disse não acreditar que o sargento da PM teria chamado o vereador Romário Policarpo e o motorista Armindo de “pretos”. Contudo, ele afirma que o caso será apurado.  “Se aconteceu isso é um procedimento que não é da PM. Posteriormente, se for constatado que essa situação realmente aconteceu, a PM como sempre faz, vai apurar o caso”, ressalta.

Por meio de nota, o presidente da Câmara, Andrey Azeredo (PMDB) lamentou o fato e disse que "repudia veementemente a forma como se desencadeou uma abordagem policial durante uma blitz". Na sequência, a nota diz que a Câmara “acompanhou de perto todos os trâmites na delegacia” e que a Casa defende “os direitos dos cidadãos e as prerrogativas de todos os vereadores, que são os legítimos representantes da população goianiense”. No trecho final do documento, Andrey diz esperar que as autoridades competentes realizem a devida investigação e esclareçam os fatos de forma célere e responsável.

Fonte: Rádio 730

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